Dr. Paulo Guimarães
Os pólipos endometriais (pe) são lesões benignas mais comuns do corpo uterino, estão entre as principais causas orgânicas de sangramento uterino anormal (sua) e pode ocorrer em qualquer época da vida da mulher, sobretudo na pós-menopausa. Os pólipos endometriais são achados frequentes em screening ginecológicos nos exames de imagem ultrassonografia transvaginal (usgtv), videohisteroscopia diagnosticas(vh) em mulheres assintomáticas, restando ao ginecologista o dilema de solucionar ou explanar sobre os riscos imediatos e tardios destes achados que intrigam a mulher moderna.
Sua origem parece estar associada com a manutenção das características histológicas da camada basal do endométrio e sua fisiopatologia ainda não está bem esclarecida, assim como seu potencial de malignidade. A predominância de estímulos hormonais, as alterações genéticas ligadas ao cromossoma 6 a oncoproteina c-erb2 estão relacionados ao seu surgimento.
Acomete mulheres dos 29 a 59anos sendo sua incidência mais predominante após os 50 anos. São frequentes em mulheres assintomáticas sendo aproximadamente achados em 10% das necropsias femininas em clinicas de infertilidade e reprodução insurge se como o segundo fator uterino logo após os miomas sub-mucosos. Os sinais clínicos podem ser: assintomáticos como aumento da mucorreia, dor em baixo ventre até sangramentos uterinos anormais. Frente a maior investigação ,os achados se tornaram frequentes em clínica de infertilidade, climatério, oncologia e nas pesquisas de causas de sangramento uterino anormal(sua).
Os imagens de imagens como a sono ultrassonografia, ultrassonografia transvaginal( usgtv) e a videohisteroscopia diagnostica(vh) descortinaram um novo panorama de abordagem diagnostica e terapêutica.reis et al., em 2001, relataram não haver relação segura entre a aparência macroscópica, a videhisteroscopia das formações polipóides e malignidade, havendo casos de adenocarcinoma em formações com aparência benigna. observam se correlação em 30% com pólipos endocervicais e cervicais e em mais de 26% das usuárias de tamoxifen
schiano et al., em 2003, realizaram videohisteroscopia diagnóstica em 73 pacientes, com duas falhas de fiv e exames de imagem normais, e encontraram 56% de pacientes com pólipos, sendo que 22% destas, após o tratamento, gestaram. Já lass et al., em 1999, em um estudo com 83 mulheres inférteis com pólipos menores que 2 cm, divididas em dois grupos: um no qual era realizado polipectomia antes da transferência e outro em que nada era feito, mostraram não haver diferença na taxa de gestação nas mulheres submetidas a polipectomia por pólipos menores que 2 cm, mas a taxa de abortamento foi maior e estatisticamente significante naquelas que não realizaram a cirurgia prévia ao tratamento da infertilidade.
Os gerenciamentos durante muito tempo foram norteados por impressões de baixo risco de malignidade, porem nos últimos estudos a relações idade/pólipos/câncer mudou e alterou antigas conceituações sobre potencial de malignidade dos pólipos endometriais. Machtinger et al. Relataram risco 17 vezes maior de desenvolvimento de lesões malignas em pólipos em mulheres após a menopausa e demonstraram que quanto maior a idade, maior será o risco. Pólipo e sangramento pós-menopausa: eleva o risco de associação com lesão maligna em 20 vezes. Shushan a et al. How often are endometrial polyps malignant? 58(4); 212- 5; 2004. Estão presentes associados a hiperplasias de 3,6% a 28,8% , associados a adenocarcinoma de endométrio entre 12% a 34%.no quadro abaixo em mulheres acima de 65 anos a relação de câncer/pólipos atinge perto de 37%.
Denise hileeto et al world journal of surgical oncology, 2005, 3:8 doi:10.1186/1477-7819-3-8
benignos malignos
Machtinger et al. /2005
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Dr paulo guimaraes
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